PLURAL: afinal, o que é moeda?

Redação do Diário

A coluna Plural desta quarta-feira (25) traz textos de Ronie Gabbi e Mateus Frozza sobre o tema Gestão e educação financeira. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Mateus FrozzaEconomista e professor universitário

Quando se lê que Bill Gates possui uma quantidade grande de dinheiro, as pessoas associam o termo dinheiro à riqueza, levando a crer que por possuir muito dinheiro, ele tem a possibilidade de comprar tudo aquilo que deseja. O dinheiro guardado nas carteiras dos cidadãos são moedas porque é possível usá-las para comprar uma refeição num restaurante ou um livro numa livraria. Mankiw argumenta: De acordo com a definição dos economistas, “a moeda inclui apenas aqueles poucos tipos de riqueza que são regularmente aceitos por vendedores em troca de bens e serviços”.

Existem três funções que a moeda exerce na economia que a distinguem dos demais ativos, como títulos, bens imóveis, obras de arte e ações: a moeda é um meio de troca, uma unidade de conta e uma reserva de valor. Meio de troca nada mais é do que algo que os compradores dão aos vendedores quando compram bens e serviços. Quando uma pessoa compra um livro em uma livraria, a loja lhe entrega o livro e você entrega moeda à loja. O que permite que a transação ocorra é justamente essa transferência de moeda do comprador para o vendedor.

Quando você entra numa loja, sente-se confiante de que irão aceitar sua moeda em troca dos itens que estão à venda, porque a moeda é o meio de troca comumente, universalmente aceito. Unidade de conta é um padrão de medida que as pessoas usam para anunciar preços e registrar débitos. Quando você vai às compras, pode observar que uma camisa custa R$20 e um hambúrguer, R$2. Embora seja correto dizer que o preço de uma camisa são 10 hambúrgueres e que o preço de um hambúrguer é 110 o preço de uma camisa, os preços nunca são cotados dessa maneira.

De forma similar se você toma um empréstimo com um banco, o montante de suas prestações futuras não será medido em uma quantidade de bens e serviços, e sim em uma quantidade específica de dólares. Já a reserva de valor nada mais é do que algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra do presente para o futuro. Mankiw mostra que quando um vendedor aceita moeda em troca de um bem ou serviço em um determinado momento, ele possivelmente ficará com a moeda e tornar-se-á comprador de outro bem ou serviço em outro momento.

Como uma pessoa também pode transferir poder de compra do presente para o futuro, fica evidente que a moeda não é a única reserva de valor da economia. Para descrever a facilidade com que um ativo pode ser convertido em meio de troca da economia, os profissionais área costumam usar o termo liquidez. Logo, se a moeda é o meio de troca oficial, ela é o ativo disponível mais líquido. A liquidez dos demais ativos varia muito. É preciso levar em consideração a liquidez de cada ativo em relação a sua utilidade como reserva de valor. Assim questiono o leitor deste artigo, para você, biticon e as chamadas NFT (Non-Fungible Token), são moedas? Ou melhor, tem liquidez?

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